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Orçamento da TV Cultura é questionado no governo do estado

Carlos Gustavo Yoda Filed Under:
O conselheiro e Secretário de Relações Institucionais do Governo de São Paulo, José Henrique Reis Lobo, encaminhou uma carta os conselheiros da Fundação Padre Anchieta questionando a baixa audiência da TV Cultura. Reis Lobo, também secretário municipal do PSDB São Paulo, questona até mesmo a competência dos gestores da emissora em relação como bons fazedores da mída televisva.
 
Desde os anos 1980, ocorrem ocasionalmente movimentos de questionamento da legitimidade do repasse de recursos pelo Estado para emissoras públicas. A nova onda no Brasil teve início após a última reunião do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta (FPA), mantenedora da TV Cultura de São Paulo, realizada no dia 16 de fevereiro.
 
"O Conselho, da maneira como está organizado, teve a sua importância e a sua contribuição num dado momento da instituição, mas hoje é necessário fazer-se uma grande reflexão sobre as suas competências e a sua constituição", escreveu. Ele completa ainda dizendo que "o Conselho da Cultura é composto de gente séria, competente, que entende de muitos assuntos, mas não de televisão".
Será má fé ou falta de entendimento? Uma emissora pública não deve ser avaliada pela comparação de seus índices de audiência em relação às TVs comerciais. Conforme Jorge da Cunha Lima, que já foi presidente da Fundação e secretário de Estado da Cultura, diz que ninguém deseja uma audiência próxima do traço, mas os critérios de avaliação de uma televisão pública são bem mais complexos do que a audiência.
 
"Além do que se precisa distinguir audiência universal de universo de audiência. Quando trabalhamos com programação segmentada buscamos universos, assim, quando temos três pontos na programação infantil, em verdade temos quase 40 pontos no universo infantil de telespectadores", pontuou Lima.
 
O atual presidente da Fundação Padre Anchieta, o jornalista Paulo Markun, rebateu as críticas do secretário do governo do estado na coluna Outro Olha de Daniel Castro na Folha.Ele avalia que a Cultura apresenta "um bom resultado" na relação custo-benefício e que "está acima da média no que diz respeito a gastar bem o dinheiro". Segundo Markun, a emissora custa 50 vezes menos do que a Globo, mas sua audiência é só 17 vezes menor. O executivo apresenta dados de audiência que mostram "que não houve uma derrocada". Em 20 anos, a média anual oscilou de 0,7 a 2,9 pontos. O jornalista refuta a afirmação do secretário Lobo de que a emissora é usada como "laboratório" de programação.

"Não é verdade. Acho que a gente tem que ter uma fase de experiência, sim. Mas não são experiências ditadas por quem está na diretoria de programação. Ao contrário, eu eliminei isso", afirma.Markun também nega haver entra-e-sai de programas e falta de critérios para isso. "No ano passado, nós entramos com novos programas, mas a redução foi muito pequena." Por fim, devolve as críticas a Lobo, que, enfatiza, não representa no conselho o governo do Estado, mas a sociedade civil. "O conselheiro talvez devesse acompanhar mais de perto a programação."


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