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O momento certo para discutir comunicação

Carlos Gustavo Yoda Filed Under: Marcadores: , , , , ,
O ministro Hélio Costa fez de tudo para evitar a Conferência Nacional de Comunicação, mas não conseguiu. Lula já publicou o decreto e, em mais uma atitude desmobilizadora, o Ministério das Comunicações criou a comissão organizadora sem consultar ninguém. Apesar de muitos setores do governo federal dizerem que não há tema tabu, Hélio Costa entende que os meios são democráticos e que não é preciso rever as regras de concessões públicas de difusão no espectro eletromagnético.



Nos últimos dias estamos sendo bombardeados de propagandas do Congresso da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abert), que acontece entre 19 e 21 de maio. A entidade entende que é sua a responsabilidade de discutir os rumos das mídias e diz que o encontro dos donos da mídia é "o momento certo para discutir os temas que mobilizam o setor". A Abert representa os principais radiodifusores do Brasil, ou seja, meia dúzia de redes corportivas que exploram concessões públicas para fins comerciais. Propaganda travestida de jornalismo também invade os principais noticiários televisivos e serve de palanque para o ministro legitimar suas vontades e opiniões.

Em nota no portal Tela Viva, Mariana Muzzo destacou uma das visões deturpadas dos radiodifusores sobre as possibilidades da comunicação digital. O ministro fez uma defesa arraigada do setor de rádio e televisão, e sugeriu que os jovens devem usar menos a internet e assistir mais programas de TV e de rádio.

"Essa juventude tem que parar de só ficar pendurada na internet. Tem que assistir mais rádio e televisão", afirmou o ministro em seu discurso, após relembrar a distância entre o faturamento da radiodifusão e das telecomunicações. "O setor de comunicação fatura R$ 110 bilhões por ano. Desse total, somente R$ 1 bilhão é do rádio e R$ 12 bilhões das TVs. O resto vocês sabem muito bem onde está", provocou o responsável pelas comunicações do país.

A visão grotesca sobre internet também aparece em reportagem no Jornal do SBT, onde a repórter afirma que em breve a rede mundial de computadores passará a ser comunicação de massa. Que as regras sobre a propriedade cruzada de mídias e oligopólios, previstas na Constituição, sirvam para pluralizar as vozes dos espaços midiáticos e impedir o tenebroso futuro planejado pelos donos da palavra em todo o país.

O momento é de articulação da sociedade em todos os cantos do país para formulação de propostas e realização das etapas locais. Organizados a partir da Comissão Nacional Pró-Conferência de Comunicação, movimentos socias, ONGs e profissionais da área entendem que o debate não deve estar restrito aos técnicos e às tecnologias do setor. Assim, comissões locais, como a Comissão Baixada Santista, estão realizando ciclos de formação sobre os temas em pauta e conferências livres em escolas, sindicatos e associações de bairro.

caderno2pontozero.blogspot.com

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